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Taxas, tarifas e anistia. O pior está por vir.

Coluna publicada no dia 10/04/2025

Para ser bem sincero — e veja bem, querido leitor: com a intimidade que já temos, é importante sermos sinceros — essa guerra de taxas e tarifas mundiais, assim como a diferenciação entre amnésia e anistia no governo federal, não me interessam muito.

Agora, a frase que está no título desta coluna — O pior ainda está por vir — com a qual o vereador Geraldo encerrou uma de suas falas na câmara nesta segunda (7/4) ah! Essa sim, chamou minha atenção.

Já falamos aqui várias vezes que a política local nos interessa muito mais do que a nacional ou a mundial. E discutir macroeconomia, então? Nem pensar. E repare: não é só por sermos bairristas ou desatentos às questões maiores. O caso é que ultimamente está muito complicado entender aquelas questões.

Acompanhe essa dificuldade comigo:

Por falar nisso, já ouviu aquela brincadeira entre amnésia (do grego amnēsía, ‘ausência de memória’) e anistia (do grego amnēstía, ‘esquecimento’)? Numa delas o sujeito decide esquecer e, na outra, ele é forçado a isso — por uma batida na cabeça, por exemplo. Eu não sei você, leitor, mas se isso não é um indicativo de que o mundo sofreu uma pancada na cabeça, eu não sei mais o que falta para nos convencermos disso.

Quer outro exemplo? Semana passada, a Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL – divulgou um leilão (que ocorrerá no aniversário da minha esposa: 22/08/25) para 241 novos projetos de geração hidráulica, sendo 54 deles só aqui em SC. Fiquei feliz, porque é o mais correto e urgente a ser feito pelo nosso sistema elétrico. Inclusive, já falamos aqui sobre a saturação da geração eólica e solar. Mas o curioso é que até pouco tempo, hidrelétricas eram vistas (erroneamente, diga-se de passagem) como um sacrilégio socioambiental.

Mas deixemos essas questões nacionais e mundiais de lado e concentremo-nos na última sessão da câmara. Assim como ter áreas públicas de lazer, arborização nas ruas e ciclovias, também às sessões da câmara não damos muita atenção. Azar o nosso.

Nesta última, foram solicitadas explicações a respeito de gastos com viagens à Brasília e com carnes no final do ano passado. Auxílios à funerárias, despesas com combustíveis... e por aí foi, até que a tal frase irrompeu: “O pior ainda está por vir”.

O vereador Barth chegou a comentar que não seria prudente torcer para que coisas piores viessem a assolar nossa Otacílio, mas o vereador Geraldo esclareceu que esse não era o caso. O que ele quis dizer, segundo explicou, é que entre mandos e desmandos, algo mais assombroso ainda estaria por vir em relação ao Executivo.

Como acabei de dizer: se você não acompanhou a sessão, azar o seu.

Enfim, viu por que nossa política municipal, além de mais simples de entender, é mais atrativa? Primeiro, porque está clara a divisão na câmara: de um lado, quem apoia as ações do Executivo; do outro, quem as fiscaliza. Ou, se preferir, “pelegos” e “bacheiros”. Nada de direita ou esquerda, neoliberais ou comunistas, desenvolvimentistas ou ambientalistas... não! O bom e velho governo e oposição.

    A China está acusando os EUA de antiliberalismo econômico! Citou até um vídeo do Ronald Reagan!

    E se isso não bastasse para que não possamos entender mais nada sobre “direita” e “esquerda”, passei esses dias por uma manifestação aqui em Fortaleza, cujo lema era “Anistia é M*****O”. Estava escrito assim mesmo, numa faixa imensa. Fiquei sem saber se a revolta era contra o esquecimento — ou contra o bom senso. Estou com amnésia seletiva ou o Fernando Henrique, Lula e a Dilma tiveram anistia concedida?


E segundo porque, ao contrário da confusão ideológica global, aqui tudo ainda parece ter nome, rosto e endereço. É claro que existem interesses comuns para o bem da comunidade, em que essas diferenças são deixadas de lado. Assim como existe respeito e idoneidade nos pronunciamentos. Mas, com o perdão do trocadilho, acredito que podemos encerrar dizendo: o melhor está por vir.


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