Para reduzir os números de feminicídios, apontados pelo 19° Anuário Brasileiro de Segurança Pública, e pela pesquisa Visível e Invisível: a Vitimização de Mulheres no Brasil, o Ministério das Mulheres lançou, na sexta-feira, 1º de agosto, a campanha anual permanente Agosto Lilás, no mês dedicado ao enfrentamento à violência doméstica e familiar no Brasil, em especial aos feminicídios.

O anuário registrou 1.492 feminicídios em 2024 e a pesquisa, de março, revelou que em um espaço de 12 meses, mais de 21,4 milhões de mulheres com 16 anos ou mais sofreram algum tipo de violência.

Em Otacílio Costa, os números de violência contra mulher assustam e colocam a população e a Polícia Militar em alerta. Segundo o 1º Ten PM, Jonas Orsino Braga, apenas em 2025, a Polícia Militar de Otacílio Costa registrou 74 atendimentos envolvendo violência doméstica contra a mulher no município. 

Outro número assustador é da Rede Catarina que está ativa em Otacílio Costa e atualmente, a frente do programa no município está a subtenente PM Andreza de Araújo, que realiza as fiscalizações e acompanha de perto as ações voltadas à proteção e ao acolhimento das mulheres em situação de vulnerabilidade.

De acordo com Braga, atualmente, 143 mulheres contam com medidas protetivas ativas e estão sendo acompanhadas pela Rede Catarina em Otacílio Costa. “Dessas, 44 utilizam o botão do pânico — um dispositivo que permite acionar rapidamente a Polícia Militar em caso de emergência. O acompanhamento inclui visitas regulares, fiscalização do cumprimento das medidas judiciais e ações preventivas para garantir a segurança e o bem-estar das vítimas”, comentou o tenente.

O objetivo da Rede Catarina é promover a proteção, o acolhimento e o acompanhamento de mulheres em situação de violência doméstica e familiar. Uma das principais frentes do programa é a fiscalização das medidas protetivas de urgência determinadas pela Justiça, garantindo que sejam cumpridas e que a vítima esteja segura. Além disso, a Rede Catarina atua na prevenção da reincidência da violência e no fortalecimento da rede de apoio às mulheres.

Como solicitar o apoio da Rede_ A mulher pode solicitar o apoio da Rede Catarina após registrar um boletim de ocorrência de violência doméstica na Delegacia de Polícia Civil. A partir desse registro, o delegado encaminha o caso ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, que podem conceder medidas protetivas de urgência. Após a concessão das medidas, a Rede Catarina é acionada para iniciar o acompanhamento da vítima, realizando visitas, fiscalizações e oferecendo suporte para garantir sua segurança e integridade.

Campanha

Algumas ações vão ser realizadas ao longo deste mês, alusivo à Campanha Agosto Lilás. Uma delas, que chama a atenção, foi a ação na Avenida Olinkraft, no Bairro Pinheiros, da Prefeitura de Otacílio Costa, junto da Câmara de Vereadores. As luzes da Avenida ficarão lilás durante todo o mês de agosto. Um gesto especial, para lembrar o mês da Campanha.

Câmara de Lojistas da de Otacílio Costa, CDL, incentivou através de seus associados, a vestir as vitrines com a cor lilás e abraçar a campanha. O Jornal Correio Otaciliense, dirigido por uma mulher, também apoia a campanha, alterando a cor da logomarca para Lilás, durante este mês.

E a Rede Catarina também uniu forças com mulheres engajadas da comunidade para promover ações de conscientização e combate à violência contra a mulher. Entre as parceiras estão à vereadora Claudete Farias, a primeira dama, Neide Baldessar, Secretaria de Assistência Social Cleunice Souza, Edina Boaventura, da Secretaria de Saúde, Empresa Tex Cotton e Gisele Andreatta, da academia Yong Life.

“Juntas, estamos organizando uma série de eventos voltados à prevenção da violência, como palestras nas escolas, uma palestra comunitária no salão da Igreja do Bairro Fátima e, para encerrar as atividades, uma corrida/caminhada no dia 30 de agosto”, destacou a PM Andreza de Araújo.

Programação do Agosto Lilás em SC_ O Agosto Lilás seguirá com uma programação intensa em Santa Catarina, incluindo uma caravana com o Ônibus Lilás, palestras, lançamento de edital para vagas de acolhimento, campanhas educativas e ações integradas com municípios, buscando conscientizar e mobilizar a sociedade no enfrentamento à violência contra a mulher.