Autêntico, sincero, honesto e alguém que fala a verdade olhando nos olhos das pessoas. Estas são características de um Ituporanguense que, por conta do trabalho, se instalou e adotou Otacílio Costa como sua casa há 41 anos, chegando na Capital da Madeira antes mesmo da badalada emancipação, que aconteceria dois anos após sua chegada. Estamos falando do Sr. João de Souza, 71 anos.

Eletricista de formação, chegou a Otacílio para trabalhar na única indústria do então distrito de Lages, a fábrica de papel Olinkraft, que viria, anos depois, a ser a atual Klabin. Com 52 anos de profissão, João se orgulha em dizer que trabalhou, ao longo de toda vida profissional, em apenas duas empresas. "Comecei na Celesc, com 19 anos e, um tempo depois, fui pra Olinkraft, na usina Perimbó, mas então pedi transferência e vim aqui pra Otacílio Costa, onde permaneci até me aposentar", conta.

Após se aposentar ele abriu a própria oficina, onde continuou lidando na profissão, agora ajudando os otacilienses nos consertos de eletrodomésticos. Sr. João, que viu a trajetória do município, conta que, apesar de nunca ver crise em seu ramo de atividade, percebe que os últimos anos tem sido difíceis para o comércio. "A coisa apertou por causa da pandemia. Infelizmente agora tá aparecendo o resultado, um monte de gente precisou fechar. Desse tempo pra cá eu vejo crise", afirmou.

Sobre o desenvolvimento da cidade desde a emancipação, ele relembra o período de industrialização promovido nas duas gestões do ex-prefeito Altamir Paes e dá o tom apontando o caminho à atual administração. "O município deu um salto quando vieram empresas pra cidade. É isso que precisa, ajeitar pra vir mais empregos, pra vir mais gente de fora, pra população crescer. A gente, como comerciante, torce pra que as empresas voltem a vir pra cá, assim a cidade vai crescer ainda mais", sonha.

O bom humor de João só se abalou quando, já no fim da entrevista, perguntamos sobre um de seus hobbies favoritos, que ele precisou interromper por causa da saúde. Amante de esportes, ele jogava futebol normalmente até descobrir um problema de saúde que o forçou a pendurar as chuteiras. Porém, ele encontra no seu trabalho sua missão para continuar na luta. Sr. João, profissional respeitável e competente em sua área, é gente da gente.