Edson José da Cruz, 30, perdeu a esposa a uma semana, em decorrência de alguns problemas de saúde. No entanto, o otaciliense, morador do bairro Bem Morar, alega que o estado de saúde de sua esposa, Clarice Oliveira dos Santos, 22 anos, se agravou devido à médica que atendia no Hospital Santa Clara, no domingo, 18, ter recusado realizar a transferência da paciente para uma unidade hospitalar de Lages. “Ela estava sentindo muito dor no estômago. Eu levei ela no hospital, medicaram eu trouxe ela novamente para casa, porém a dor não passou, então levei ela novamente para o hospital” informou, dizendo que quando percebeu que sua esposa estava muito doente, solicitou a médica para que a transferisse para Lages, mas a mesma se recusou. “Ela disse que ia manter a minha esposa ali que não precisava transferir. Mas quando ela percebeu que a situação era grave, resolveu transferir minha esposa, mais já era tarde, pois a situação já estava agravada, ela estava com falência múltipla dos órgãos”. Segundo ele a médica diagnosticou que a sua esposa estaria com diabetes. “Ela havia feito uns exames há alguns dias, mas não havia sido diagnosticado nada. A doença apareceu de repente, a diabete alterou demais, e não teve mais volta”, lamentou.
Edson adianta que vai lutar pelos seus direitos. “É lamentável, minha esposa era jovem, tinha muita coisa pela frente. Vou tentar ao menos conseguir uma pensão para nossa filha, para que eu possa cuidar dela”, declarou.
Por telefone, a médica de iniciais L. W. (ela preferiu não divulgar o seu nome, apenas as iniciais), que atendeu a paciente, contradiz a versão de Edson. A profissional adianta que medicou a paciente corretamente e a transferiu quando a mesma apresentou melhoras no quadro de saúde.” Fizemos todos os procedimentos que eram necessários. Quando ela apresentou melhoras no quadro de HGT e pressão arterial, eu a encaminhei para o Pronto Atendimento Tito Bianchini em Lages, através do SAMU” declarou. A médica observa ainda que no momento da transferência a paciente se encontrava acordada, lúcida e conversando.
O diretor do Hospital Santa Clara, Robson Medeiros, disse que o hospital irá instaurar uma investigação nos próximos dias para apurar o que realmente aconteceu.
Edson está desempregado e passa por dificuldades
Ana Vitória, de apenas um ano e oito meses, fruto do casamento do casal, está sobre os cuidados do pai, que com a morte da esposa se dedica em dar atenção à pequena. “Eu estou desempregado, não posso trabalhar, pois não tenho com quem deixar minha filha, pois minha mãe é doente. Estou esperando uma vaga na creche para ela, para que então eu possa procurar o emprego” contou o carpinteiro desempregado.
A comunidade se comoveu com a situação de Edson. Ele conta que nas últimas semanas tem recebido várias ajudas, como cestas básicas, gás, entre outros. No entanto, ele ainda necessita de roupas para a filha. “A luz está para ser cortada, ainda tenho o funeral para pagar. A prefeitura deu a metade e o restante ficou sobre minha responsabilidade, desempregado fica difícil, o que eu receber de ajuda será muito bem vindo”, adiantou.
Ele conta que ainda que os familiares da sua falecida esposa, que moram no estado do Paraná, queriam levar a criança. “Eu não deixei levar a criança, a perda da mãe dela já foi muito para mim, perder mais minha filha eu não iria suportar”, concluiu Edson, ainda muito abalado.
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