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Marilde Jendik, a “Rata”: pioneira do futebol feminino em Otacílio Costa

O futebol feminino de Otacílio Costa tem em sua história nomes que marcaram época, e entre eles está o de Marilde Jendik, carinhosamente conhecida como Rata, hoje com 62 anos. Na juventude, entre 1984 e 1986, quando tinha cerca de 18 a 20 anos, ela fez história ao mostrar que o talento das mulheres também merecia espaço dentro de campo — mesmo em um período em que as oportunidades eram praticamente inexistentes.


O início da trajetória

As primeiras partidas aconteceram em campos marcantes para a comunidade, como o campo da Klabin, o antigo campo do Sarda e os gramados que hoje deram lugar ao loteamento Vargas, no Bairro Santa Catarina. As peladas eram, em sua maioria, jogos mistos, disputados entre vizinhos, familiares e amigos que sempre se reuniam para prestigiar.

Marilde lembra com carinho de sua posição preferida: meio de campo. “Sempre tive visibilidade para dar o passe às atacantes, que marcavam os gols. Mas também fiz muitos gols de longa distância”, recorda. Sua maior inspiração na época era Zico, o eterno camisa 10 da seleção brasileira.


Jogos marcantes e conquistas

Entre tantas lembranças, um momento segue vivo em sua memória: uma partida em Rio do Oeste, debaixo de muita chuva e lama. O placar apontava 1 a 1 quando a centroavante Rosimere Medeiros sofreu falta. Marilde foi para a cobrança e marcou um golaço no ângulo, garantindo a vitória de sua equipe. “Um minuto depois o juiz encerrou o jogo. Foi inesquecível”, conta emocionada.

Além das partidas amistosas, Marilde também vestiu a camisa do Fluminense local (time feminino), que existiu por cerca de dois anos. Ela ainda lembra com carinho da equipe formada na comunidade da Palmeira, que mesmo durando pouco tempo, ajudou a fortalecer o futebol feminino na cidade. O apoio de pessoas como Osmar Velho, o Gaúcho, auxiliar da equipe, e do técnico Arcanjo Nunes de Sousa (in memoriam), foi essencial para que as jovens jogadoras acreditassem no sonho.


Superando o preconceito

Se dentro de campo a bola rolava com talento e alegria, fora dele o desafio era ainda maior: o preconceito. “Muitos diziam que futebol era coisa de homem. Mas sempre pensei: se o masculino pode, por que nós não podemos?”, relembra.

Para ela, o crescimento do futebol feminino no Brasil é motivo de orgulho. “Hoje já temos campeonatos estaduais, nacionais e até jogadoras brasileiras atuando em grandes clubes internacionais. A realidade mudou muito, mas foi uma luta de gerações para chegarmos até aqui”, destacou.


Uma vida dedicada ao esporte

Depois da experiência no campo, Marilde também jogou futsal, mais para manter-se ativa e se exercitar. Ela estima ter marcado pelo menos dez gols nesse período, mas destaca que sua maior conquista sempre foi o espírito coletivo. “Sempre pensei no discernimento dentro de campo, no trabalho em equipe e na importância das decisões corretas para que o grupo se saísse bem”, ressalta.

Hoje, olhando para trás, ela acredita que poderia ter seguido carreira profissional se houvesse mais espaço para as mulheres em sua época. Ainda assim, sua trajetória inspira as novas gerações.

“Às meninas que sonham em se tornar jogadoras, digo que sigam em frente. Tornem seus sonhos realidade, sejam persistentes e lutem por seus objetivos”, recomenda.


A origem do apelido

O apelido “Rata”, que a acompanha até hoje, nasceu ainda na infância. Quando bebê, vizinhos e familiares a chamavam carinhosamente de “ratinha”. Com o tempo, o diminutivo desapareceu, mas o carinho permaneceu, e o nome acabou se tornando parte de sua identidade no futebol e na vida.


Legado

Marilde Jendik, a “Rata”, faz parte da memória esportiva de Otacílio Costa. Sua paixão pelo futebol e sua coragem em enfrentar preconceitos abriram caminho para que outras mulheres acreditassem em seus sonhos. Mais que gols e vitórias, seu legado é a mensagem de que o futebol é para todos, independentemente de gênero.


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