Prefeitura de Otacílio Costa promove palestra sobre riscos nas redes sociais para idosos |

Coluna publicada na edição do dia 20/03/2025
Nomes, personagens e história apresentados aqui são ficcionais, nomes e pessoas reais foram adicionadas como complemento. Esta história narra a lenda de “O Gritador”
PRÓLOGO_ Em 1959, uma faísca de autonomia, mesmo que pequena, radiou um povo inteiro que habitava a então Encruzilhada, mas que agora, Lages decretava por meio de uma lei a criação do Distrito de Otacílio Costa, homenagem justa ao jornalista Otacílio Vieira da Costa. O tempo passou e esse distrito se tornou cidade, mas com ela, um mistério também surgiu.
Abril de 1980, dois anos antes da emancipação.
Narrava para os colegas em um boteco, à beira da estrada de terra, que levava ao centro principal do distrito. O senhor que aparentava possuir 50 anos, com marcas de sol sobre sua pele, exclamava junto a fortes expressões que avistou um ser desconhecido ao qual se escondia pelas sombras, apenas escutava seus gritos.
“Estou dizendo, eu ouvi com muita clareza, eram berros altos, ecoavam por toda a propriedade de seu Azevedo. Eram fortes, parecia uma mistura de filhotes de bezerros com berros de uma moça jovem. Eu não tive coragem de me aproximar, mas o velho pastor (cão do senhor que possuía já seus 8 anos de idade), saiu correndo na direção do bicho, aí, eu vi... vi aquele bicho, não tinha cara, não tinha nada para iluminar o desgraçado, mas pude sentir sua respiração e quanto mais chegava, mais os berros ficavam altos... não conseguia ficar em pé. Apenas senti minhas pernas tremerem e seu grito ecoando alto em meus ouvidos, não perdi tempo. Corri, e corri, o velho pastor já estava do outro lado da cerca. Assim fui embora”. Os companheiros à volta não deram muita atenção para a conversa do senhor, disseram a ele “Essa é uma das suas histórias seu Rogério, toda vida inventando cada uma” – o senhor com um olhar para baixo, assustado, segurou o braço de seu companheiro Moacir e falou para ele “Ouça bem, se ouvir os berros... fuja e não olhe para trás, por nada” Moacir não se assustou e apenas resmungou para Rogério parar com a brincadeira. Após algumas prosas, Moacir dirigiu-se para fora, acendeu seu cigarro, cumprimentou a todos e foi em direção para a sua casa. Já era muito tarde, sua casa, era longe, mas seguia tranquilo, até cantarolando Moacir estava, sereno seguia, até que perto da Fazenda Azevedo ouviu um barulho, parecia galhos quebrados, havia araucárias a volta da propriedade de seu Azevedo. Não deu muita atenção e seguiu seu rumo. Logo, mais perto da cerca, escutou um grito ao qual ecoou. Seus ouvidos chegaram a ter uma leve dor. Moacir. que se abaixou com as mãos nas orelhas, levantou-se e olhou para todas as direções, e nada via. A luz que possuía nada iluminava de longe, mas sua calma prevaleceu em meio a sussurros aos quais o tranquilizavam, afirmando para si que nada eram aqueles barulhos. Siga seu rumo, ouviu mais uma vez, só que dessa vez um grito alto, uma jovem, esse grito o fez cair de joelhos, assustado em meio ao chão de terra. Pensou que uma moça estava precisando de ajuda, mesmo assustado, não perdeu a coragem, Moacir sempre foi um homem valente, não temia nada. Em meio a corrida, entrou em uma propriedade, não sabia de quem era, apenas seguiu adentro das árvores, seguia e nada via direito, apenas o contraste das folhas, galhos e tronco das árvores sobre o iluminar de sua luz. O mais próximo chegará, mas ouvia os gritos, e seu ouvido doía até que encontrou, não era uma moça, era um ser, Moacir não o pode ver, apenas sentiu sua audição se perder, com muita dor e gritando, colocou suas duas mãos nas orelhas, caiu de joelhos outra vez sobre o chão, gritava alto e aquele ser a sua frente apenas se aproximou.
Dias depois, foram encontrados alguns pertences de Moacir, como seu relógio e sua carteira, mas seu corpo nunca foi encontrado. A notícia repercutiu no Distrito inteiro, muitos falavam e inventavam histórias, mas a polícia há época, vinda de Lages, apenas declarou como que Moacir foi morto após ser levado por algum grupo de ladrões, pois encontrava-se rastros pesados em volta do local onde estavam os pertences de Moacir. Mas seu Rogério negava essa história, dizia para todos que quem levou Moacir foi o Gritador.
Esse é o prólogo da história “O Gritador” a qual irei contar a vocês, meus caros leitores. Essa história irá seguir este ser misterioso, que habita nosso interior. Todo o cunho dessa história é apenas ser uma narrativa envolvente, com escrita simplificada para todos poderem compreender, mas que poderá instigar e levar a todos o conhecimento desta lenda. Essa narrativa que estou a compartilhar com vocês é ficcional, não está ligada ao conto real, tendo consigo a liberdade de explorar personagens, lugares e novas perspectivas sobre esta lenda. Acompanhe minha coluna para conhecer mais sobre “O Gritador”.
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