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NOSSA CONTA DE ENERGIA FICOU MAIS CARA ( 10%) NESTA SEMANA: ENTENDA O PORQUÊ

Atualmente, a narrativa oficial para o aumento do custo da energia elétrica é a seca. O “remédio” também é bem conhecido: vamos acionar mais termelétricas, cujo processo de geração é mais caro e, por isso, a nossa conta aumenta.

É semelhante à situação quando ficamos gripados. Sabemos que a higiene das mãos, a vacinação e uma dieta balanceada ajudam a prevenir gripes; no entanto, tomar um remédio e esperar os sete dias acaba sendo a escolha mais comum.

A seca provoca a diminuição dos reservatórios e, consequentemente, a redução da capacidade de geração hidroelétrica. A energia hidroelétrica já representou 80% da nossa geração; hoje representa algo em torno de 60%. Não é que tenhamos reduzido essa geração, mas diversificamos e investimos consideravelmente em eólicas e solares. O marketing, principalmente ambiental, dessas fontes é fabuloso, mas infelizmente inversamente proporcional à sua capacidade contínua de geração.

É certo que cometemos erros monumentais do ponto de vista ambiental na construção de hidroelétricas (Tucuruí em 1975 talvez seja o exemplo mais apropriado), mas atualmente, o descaso com o meio ambiente não faz mais parte desse tipo de projeto.

Qualquer um de nós já passou em frente a uma hidroelétrica, seja pequena ou grande, e dificilmente pensou: “Nossa! Como isso prejudica o meio ambiente.” Agora, quem já passou em frente ao Complexo Jorge Lacerda em Tubarão-SC e viu aquelas termelétricas produzindo quase 1% de toda a energia do país, de forma cinco vezes mais cara, provavelmente pensou: “Quando estou gripado, é disso que eu preciso: carvão!” Mas calma, há cidades e regiões inteiras do Norte do Brasil, na nossa amada Amazônia, sendo alimentadas por geradores ainda mais caros: geradores a diesel.

É, meu amigo leitor, o Brasil não é para amadores.

Claro que não vamos entrar em teorias da conspiração nem afirmar que cerca de 60% da nossa conta de energia corresponde a impostos, taxas e outros penduricalhos que geram mais arrecadação proporcional a cada aumento. Também não vamos alegar que, como o governo gasta muito mais do que arrecada, sua fome por mais arrecadação é constante.

Então, vamos reforçar a necessidade de construir mais hidroelétricas. Embora não tenhamos espaço para apresentar todos os números aqui, uma visita ao site do Operador Nacional do Sistema (https://www.ons.org.br/) mostrará que a capacidade dos reservatórios de água do Sul, Sudeste e Nordeste está abaixo de 60%, enquanto os do Norte estão com 80%. O problema é que os do Norte representam apenas 5% da nossa capacidade de armazenar água para geração de energia. É claro que problemas dessa magnitude não têm uma resposta simples, mas nosso desenvolvimento rumo a uma geração de energia mais eficaz passa por mais reservatórios e hidroelétricas na Amazônia. No entanto, podemos continuar com a solução rápida e geração a 100% da capacidade das térmicas.

Como nenhum de nós vai sair construindo hidroelétricas, o que podemos fazer neste mês de setembro com bandeira vermelha é reduzir o tempo de uso desta invenção tipicamente brasileira (criada inclusive para resolver o problema “temporário” da nossa falta de infraestrutura) e que praticamente só nós usamos no mundo: o chuveiro elétrico! Lembre-se, dez minutos dele ligado equivalem a oito horas de uma lâmpada ou quarenta horas de uma televisão ligada.

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