Edição 184 - 26/12
Como está o maior problema de Otacílio Costa?
Em todos os municípios submetidos a pesquisas eleitorais ano passado, os pretendentes aos cargos de prefeito se deparavam com um problema comum: os gargalos na área da saúde. O principal motivo é necessidade de maiores investimentos. O fato de ser uma questão urgente e que as pessoas buscam resolução e não encaminhamento paliativo também contribui para que a área da saúde lidere a lista de problemas numa cidade. Em Otacílio Costa não foi diferente. Prefeito Luiz Carlos Xavier, Tio Ligas, sabia tanto dessa dificuldade que escalou seu vice-prefeito, Silvano Cardoso para tocar a área. Não que outra pessoa não fosse dar conta, mas Tio Ligas entende que um secretário com maior trânsito dentro da estrutura administrativa tende a obter maior êxito.
Naturalmente que se houve evolução na área, cabe ao otaciliense dizer. Mas há indícios nesse sentido como o atendimento mais célere nos postinhos, com grau maior de resolutividade. Saneamento financeiro e gestão no Hospital Santa Clara também integram o desafio. Boas equipes de saúde, com um time de médicos comprometidos com a causa. Tudo isso foi desenhado e colocado em prática. Na visão do secretário Silvano Cardoso, houve progresso. Entende que o trabalho está mais humanizado e se persegue também melhor estrutura de atendimento. “Ouvimos que os profissionais do programa Mais Médicos chegam ao Brasil e não encontram estrutura para atuar. Quero dizer que em Otacílio Costa há estrutura e condições de trabalho. Tanto ao profissional que chegou, quanto aos médicos que aqui já atuam”, avalia Silvano.
O Secretário de Saúde cita os processos de licitações para a reforma na UBS (posto de saúde) no bairro Fátima I e uma nova estrutura no bairro Santa Catarina, no valor de R$ 406 mil. “Vamos começar o ano em obras para ampliar a estrutura de atendimento”. Silvano Cardoso ainda cita a aquisição de um veículo utilitário Renault com 16 lugares que custou R$ 139 mil. Esse será utilizado no transporte de pacientes. Por fim, o secretário aponta que em 2013 os investimentos na Saúde em Otacílio Costa batem no índice de 21,4% do orçamento, quando que a obrigação legal prevê 15%. “Esse percentual a mais que aquilo que somos obrigados confirma que a Saúde está sendo tratada com seriedade e prioridade em Otacílio Costa”, conclui.
CONTRAPONTO – Conversando com lideranças de Otacílio Costa, ouvimos contraponto sobre a saúde do município. Reconhece-se o esforço dos atuais gestores e a atuação dos profissionais. Mas o setor ainda estaria longe do ideal. Consideramos isso até porque é preciso respeitar quem vive o dia a dia de Otacílio Costa e pensa diferente.
O PARTIDO ‘ALADO’ DE OTACÍLIO – É do conhecimento público que o PSD tem duas alas em Otacílio Costa. Uma delas é comandada pelo ex-vereador e candidato a prefeito derrotado, Reginaldo Gomes, o Pindaco. A outra ala tem no comando o empresário e presidente do PSD, Marcelo Pereira. Pindaco tem se manifestado no sentido de apoiar Gabriel Ribeiro (SDR) que deve concorrer a uma vaga à Assembleia Legislativa. Marcelo Pereira, a respeito de quem ouvi a seguinte referência: “Esse cara ainda vai administrar Otacílio Costa”, deve ajudar Polaco e, dependendo da prosa, dar também um apoio ao próprio Gabriel.
FALE QUE EU TE ESCUTO – Nesta semana o Correio Otaciliense registrou uma conversa longa entre o empresário Marcelo Pereira e o secretário Gabriel Ribeiro. Ambos desconversaram a pauta sobre o que estavam tratando. Mas a questão da divisão existente no PSD de Otacílio Costa deve ter entrado nos dedos de prosa. Não faz sentido um partido que quer reeleger um governador, ter dois bicudos numa cidade importante como Otacílio Costa.
CASAMENTO COM O SOGRO – Pré-candidato a governador de Santa Catarina pelo PT, Cláudio Vignatti reuniu lideranças da Serra. O petista citou uma metáfora diante da hipótese do partido que preside vir a fazer coligação com o atual governador de Santa Catarina. “Fazer aliança com Colombo é mesma coisa que casar com sogro”. Entre os petistas da região lá estava o Tito de Painel, que tem o desafio de organizar a sigla no município.
PT NA PALMEIRA – Quem também se misturou ao evento do PT na Serra foi o guapo Paulinho da Palmeira. Ele tem a tarefa de estruturar ainda mais o partido no município para enfrentar a peleia de 2014. Paulinho recebeu diploma de Vignatti relacionado à eleição que definiu os nomes que tocam o PT para o pleito do ano que vem.
AGRADO DO JORGINHO – Deputado Federal pelo PR, Jorginho Mello apresentou uma emenda com a qual conseguiu recursos para adquirir veículos Pálio Weekend para Conselhos Tutelares municipais. Os referidos automóveis estão sendo destinados para 23 municípios catarinenses. Na Serra, apenas Lages e Otacílio Costa ganham essa estrutura. Também chega junto com o veículo computador para facilitar os trabalhos.
VIATURAS DA PM – Otacílio Costa e Bocaina do Sul entraram na lista daqueles municípios que ganharam novas viaturas para a PM. Mas tanto Painel quanto Palmeira terão que se virar com as antigas.
BOCAINA – Associação que administra o Hospital São José está
promovendo assembleia para escolher nova diretoria. Seria um aceno para que gente de confiança do prefeito Luiz Schmuler assuma a estrutura e a prefeitura volte a aportar recursos? Do jeito que está só é ruim para a comunidade!
O BALANÇO DE TIO LIGAS – No balanço que fez do primeiro ano de prefeito, Tio Ligas fez questão de destacar que possui ‘o melhor time de secretários’. Mas admitiu que a equipe é avaliada constantemente e se precisar mudar nomes, o fará. É importante passar essa impressão de que é o prefeito que ‘administra a administração’.
E OS VICES ASSUMEM? – Elizeu Mattos em Lages pratica o gesto. Em janeiro entrega a prefeitura por 15 dias para o vice Toni Duarte. Ainda não tenho informações se Tio Ligas, Durica e Luiz Schmuler entregarão os respectivos Paços de Otacílio, Palmeira e Bocaina aos vices.
Que nota você daria para o primeiro ano de Tio Ligas?
Por mais que uma pessoa diga que não gosta de política, aquelas que gostam acabam tomando as decisões que influenciam a vida de todos. Por isso é importante estar atento aos encaminhamentos. Não se trata de militância partidária, mas de cidadania. Otacílio Costa viveu um ano de mudanças. Sim, ocorreram transformações. Algumas desagradaram, outras foram aprovadas e essa sequência de acertos e desacertos continuará. Claro que a torcida é maior pelos acertos. Ouvi de lideranças otacilienses uma impressão inicial lá no início do ano, de que Tio Ligas teria dificuldades pela falta de experiência na vida pública. Mas se analisar a relação de nomes como Edson Pasold, João Matias, Silvano Cardoso, o próprio João Pires Burk e a Eliane de Souza Pereira, é possível perceber que Tio Ligas teve cuidado para formar uma equipe técnica e atenta. O resultado é uma gestão que, para primeiro ano, não decepcionou.
É preciso, claro, evoluir. A população de Otacílio Costa quando deu cartão vermelho a Denilson Padilha e apostou em Tio Ligas, quis mais que aquilo que podemos chamar de ‘o normal’ feito neste primeiro ano. É esse diferencial que a equipe do Paço terá que focar. Até porque, o diferencial permitirá dar mais respostas às necessidades do otaciliense. Prefeito Tio Ligas fala em resolver problemas do trânsito e construir uma terceira ponte. É bom ter foco e prioridades. Mas há outros assuntos de varejo mais urgentes. E são esses que precisam de respostas imediatas e constantes.
Naturalmente que pelo fato de não frequentarmos muito Otacílio Costa, convivendo mais com a coleta de informações e algumas visitas pontuais ao município, isso pode fazer com que tenhamos visão diferente da realidade. Mas nessa militância que temos, conferindo as articulações do município, a busca de recursos, aquisição de maquinários e o foco nos acertos, daria uma nota sete à gestão. Mas claro que para almejar uma reeleição (porque isso também se pensa), é preciso ir além. Inclusive porque o PMDB, com saudades do Paço, foca um retorno, apostando nos tropeços da atual administração. É essa vigilância constante da oposição e da população que faz a máquina roncar mais. Até porque se não tivesse metas a superar, o comodismo se instalaria. E isso não é bom para a administração e nem para a população.
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