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Uma das vilãs da SC 114

Os repórteres Robson Ribeiro e Rubiane Lima percorreram toda a extensão dos aproximadamente 55 km da SC 114, que vão desde o local conhecido como Trevo dos Índios, até o acesso a BR 470 e puderam observar que o campo de visão da rodovia é bom, as curvas não representam grande perigo, estando a principal dificuldade com relação ao estado da pista, mas este não é o único problema.
 
Uma das grandes causadoras de acidentes nesta época do ano tem sido a neblina, pois tem dias que até próximo ao meio dia, ela ainda está presente ao longo da SC.
 
“A neblina costuma enganar a gente, as vezes vamos fazer uma ultrapassagem pensando que o carro que está vindo está há uma longa distância, mas quando percebemos estamos em cima”, explica Robson, que percorreu o trecho dirigindo.
 
Para que novos fatos não aconteçam em decorrência dela, a Polícia Rodoviária de Palmeira, alerta para que os motoristas redobrem sua atenção durante o período de frio, pois é quando a neblina se torna presente quase todos os dias.
 
O Comandante Eduardo Rambusch explica que as ultrapassagens só devem ser feitas quando existe realmente segurança, para que não se coloque a vida de ninguém em risco. “Estamos sempre na rodovia fazendo um forte trabalho de prevenção, mas cabe a cada um tomar os devidos cuidados”, disse.
 
Dados indicam que em 1997 aproximadamente 12 carros transitavam por hora e 1.200 por dia na rodovia, já em 2013 o índice se elevou consideravelmente, chegando a 200 carros por hora e 12 mil veículos transitando todos os dias na SC 114.
 
Estatística de acidentes na Rodovia SC 114 apresentadas pela Polícia Rodoviária
 
2008
 
Número de acidentes: 50
Acidentes com vítimas: 16
Acidentes sem vítimas: 34
Óbitos: 0
 
2009
 
Número de acidentes: 33
Acidentes com vítimas: 12
Acidentes sem vítimas: 22
Óbitos: 0
 
2010
 
Número de acidentes: 51
Acidentes com vítimas: 11
Acidentes sem vítimas: 49
Óbitos: 02
 
2011
 
Número de acidentes: 62
Acidentes com vítimas: 15
Acidentes sem vítimas: 41
Óbitos: 01
 
2012
 
Número de acidentes: 62
Acidentes com vítimas: 34
Acidentes sem vítimas: 49
Óbitos: 02
 
2013
 
Número de acidentes: 23
Acidentes com vítimas: 12
Acidentes sem vítimas: 09

Óbitos: 02

 

“Perder um filho é uma dor que jamais vai cessar”

O dia 23 de outubro de 2006 ficou marcado na vida de uma família otaciliense como o mais triste de suas vidas. Neste fatídico dia, Doraci de Fátima Pereira, assessora jurídica da Câmara de Vereadores, perdeu seu filho Ariel Antonio. O jovem tinha apenas 19 anos e teve seus sonhos e objetivos abortados por um trágico acidente automobilístico, aproximadamente 10 km da prefeitura, sentido BR 470.

Dora conta que até hoje o vazio é enorme e a dor da ausência é algo que nunca a abandona. “Acredito ser difícil controlar tudo o que os filhos fazem, mas penso ser fundamental que os pais conversem bastante com seus filhos, os oriente em todos os sentidos e mostrem tudo o que vem acontecendo nas nossas estradas”, alerta para que mais casos não aconteçam.

A mãe explica que Ariel estava sozinho e que seu falecimento resultou de um capotamento. “A gente sempre tem medo em dias de chuva e quando tem movimento, mas a atenção deve haver sempre, pois o acidente do meu filho aconteceu num domingo, que não tem movimento na rodovia, durante a tarde e num dia de sol”, lembra.

Ariel não veio a falecer no local, sendo que o fato ocorreu por volta das 18h e o falecimento se deu às 3h, em hospital de Lages. “Ele dirigia muito bem, tanto que já trabalhava como motorista profissional na empresa de transporte da família e neste dia, era para ele estar em viagem em Florianópolis, mas como era domingo, meu marido que foi fazer a corrida para ele descansar. Eu lembro que as pessoas vinham elogiar o trabalho dele para mim, dizendo que era um motorista calmo e responsável”, diz Dora.

Durante aproximadamente dois anos após a morte de seu filho, a mãe conta que toda vez que ouvia algum carro com som alto entrava em desespero, pois era costume de Ariel.

“Me sinto como se tivesse sofrido uma amputação, perdi uma parte de mim, é como uma ferida aberta que as vezes cicatriza, mas sempre volta a abrir”, explica ela, que acredita que as pessoas devem ter mais paciência ao dirigir e que educação no trânsito deveria ser matéria escolar, para que desde cedo as crianças aprendam como se comportar e evitem acidentes.

“É muita pressa, muito carro na rodovia, que precisa ser melhorada, precisamos de mais responsabilidade e amor entre as pessoas, pois depois que perdemos um filho temos que reaprender a viver e vemos tudo de outra forma”, conclui lamentando por todas as mortes que já aconteceram ao longo da SC 114. 

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