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Programa de SC que conquistou o Brasil e impacta milhares de jovens completa 11 anos

“Se não fosse o Novos Caminhos, eu estaria vivendo nas ruas ou morto”, diz jovem

O Novos Caminhos completa 11 anos nesta sexta-feira (30/8) e tem 7.548 motivos para comemorar. Já são 7.548 crianças e adolescentes impactados pelo programa, criado pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) em parceria com a Associação dos Magistrados Catarinenses (AMC) e a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC).

Quando começou, em 2013, pouca gente acreditou que a iniciativa pudesse dar tão certo e ir tão longe. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), no ano passado, decidiu nacionalizar o programa, o que está sendo feito em etapas, com as orientações e a experiência catarinense.

A ação é voltada a crianças e adolescentes que vivem em casas de acolhimento. Eles foram enviados a esses lares provisórios, pela Justiça, por medida de proteção porque, em suas famílias de origem, viviam em situação de risco pessoal, social e de abandono.

Hoje, em Santa Catarina, são 1.700 jovens divididos entre 234 casas. Acontece que, por lei, se não puderem voltar para a família de origem e se não forem adotados, os jovens precisam deixar as casas ao completar 18 anos. E aqui estava o desafio que, até 2013, parecia intransponível: eles vão morar onde, trabalhar com o quê, viver como?

Com essas inquietações, os idealizadores montaram um plano que oferece aos maiores de 14 anos diversos cursos de profissionalização e articula vagas no mercado de trabalho. Aos menores de 14, prevê ações de saúde, bem-estar e educação de contraturno. O objetivo é estimular a cidadania e a autonomia financeira.  

‘Direito de sonhar’


 

Nelson Matheus Hubner Frederico, egresso do programa, diz sem titubear: “Se não fosse o Novos Caminhos, provavelmente eu estaria vivendo nas ruas ou morto”. Ele fez vários cursos de qualificação e hoje é estudante de engenharia no Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), onde foi aprovado em segundo lugar. Além disso, é professor de matemática numa escola pública. “Mais importante que tudo, o Novos Caminhos ajudou na minha adoção tardia, e hoje eu tenho uma família maravilhosa”, diz.

Quem está à frente da iniciativa, no TJSC, é a Coordenadoria Estadual da Infância e da Juventude (CEIJ). A desembargadora Rosane Portella Wolff, responsável pela CEIJ, diz que “o adolescente, com o Novos Caminhos, além de recuperar o direito de sonhar, adquire o poder de escolha e readquire a esperança, porque passa a dispor de instrumentos para construir o seu próprio futuro”. 


 

Apenas neste ano, o programa inseriu no mercado de trabalho 359 jovens, registrou 199 consultas odontológicas e realizou 851 consultas psicológicas, sem falar nos atendimentos com profissionais da enfermagem, da fonoaudiologia, da nutrição e do esporte. Em 11 anos, entre os 7.548 jovens já impactados pelo programa, foram ofertadas mais de 15 mil matrículas na educação básica e na educação profissionalizante, e 1.577 já estão inseridos no mercado de trabalho.

 “O Novos Caminhos é sinônimo de dignidade, cidadania, oportunidade e inclusão. Antes, estes adolescentes estavam por conta própria, mas agora eles têm um rumo e sabem que não estão sozinhos”, diz a juíza Janiara Maldaner Corbetta, presidente da AMC. 

Janiara ressalta a importância de trabalhar em rede, com as instituições, e diz que ações desta relevância, com tanto impacto social, só acontecem quando há o comprometimento de quem está na linha de frente. Hoje, só em Santa Catarina, 900 profissionais atuam direta ou indiretamente no programa.

Impacto na sociedade 


 

Em março deste ano, Banco do Brasil, Petrobras, Eletrobras e Vale ingressaram no programar. Na cerimônia de assinatura do convênio com essas empresas, no CNJ, em Brasília, o desembargador Francisco Oliveira Neto, presidente do TJSC, falou da trajetória exitosa do programa, destacou as diversas frentes de atuação e resumiu: "É do futuro que estamos tratando aqui".

O ministro Luís Roberto Barroso, que está em Florianópolis nesta sexta-feira, afirma que o “Novos Caminhos é um projeto social muito importante, de grande relevância para o Brasil”. Ele sublinha que o programa promove a educação inclusiva e de qualidade, abrindo novas oportunidades aos jovens egressos das instituições de acolhimento.

Neste mês, em outro acordo assinado no CNJ, o programa ganhou novo parceiro: o Tribunal Superior do Trabalho (TST). Na cerimônia, o então corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, afirmou que “a iniciativa pioneira do TJSC é eficiente e já modificou muitas vidas, com impacto positivo em toda a sociedade, por isso o Conselho decidiu levá-la para todo o Brasil”.   

Nessa mesma linha é a avaliação do presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar. Para ele, a ação impacta jovens, empresas e a sociedade como um todo. “O Novos Caminhos prepara os adolescentes para o mercado de trabalho, no qual ingressam e se desenvolvem pessoal e profissionalmente”.

Para comemorar o aniversário do programa, o Núcleo de Comunicação Institucional (NCI), do TJSC, lança hoje um vídeo sobre os 11 anos do programa no Instagram e no YouTube da instituição.  Além disso, preparou uma série especial, em texto, com a história de três jovens, que será publicada na segunda, quarta e sexta-feira da semana que vem no site.

Cada uma delas materializa o sonho daquele pequeno grupo, reunido em 2013, que acreditou em algo improvável, algo que até então ninguém havia tentado. Esta série é dedicada a ele e a todos que se engajaram no programa ao longo dos anos, aos que trabalham diariamente para que o Novos Caminhos continue transformando milhares de vidas.   

Parcerias de sucesso

Atualmente, em Santa Catarina, junto com TJSC, AMC e FIESC, integram o programa a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/SC); o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC); a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Santa Catarina (Fecomércio); a Associação Catarinense de Medicina (ACM); a Fundação de Estudos Superiores de Administração e Gerência (FESAG); a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC), por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) - Administração Regional de Santa Catarina; o Centro de Integração Empresa-Escola do Estado de Santa Catarina (CIEE/SC); e o Serviço Social do Comércio  (SESC/Fecomércio).

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NCI/Assessoria de Imprensa

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