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Primavera deve ser quente em Santa Catarina

  • (Foto: Nilson Teixeira/Epagri) - A primavera promete dias consecutivos de registros acima de 30°C

A primavera no hemisfério Sul começou oficialmente às 09h44 de domingo, 22, com previsão de temperatura acima da média climatológica em Santa Catarina. De acordo com a Epagri/Ciram, no início da estação ainda podem ocorrer episódios de frio, com temperatura próxima ou abaixo de 0°C e formação de geada, principalmente nas áreas altas do Planalto Sul. Mas o mais esperado é a elevação da temperatura nos próximos meses, com dias consecutivos de registros acima de 30°C.


Em relação à precipitação, em setembro a previsão é de chuva próxima a abaixo da média climatológica, nas regiões do Extremo Oeste, Oeste, Meio-Oeste e Planalto Norte, e nas demais regiões chuva próxima à média. Em outubro, chuva próxima à média no Extremo Oeste e Oeste, e próxima a acima da média climatológica nas demais regiões.

Em novembro há previsão de chuva próxima à média em SC. Segundo a meteorologista da Epagri/Ciram Gilsânia Cruz, a chuva deve ser irregular, mal distribuída no tempo e no espaço, como observado no mês de agosto. “Destaca-se durante a estação a possibilidade de eventos de chuva forte, com totais elevados em curto intervalo de tempo, temporais com raios, granizo, ventania e períodos de estiagem”, alerta Gilsânia. Desta forma, ela recomenda o acompanhamento de avisos meteorológicos no site e redes sociais da Epagri/Ciram.


La Niña com fraca intensidade

Conforme a meteorolgoista da Epagri Laura Rodrigues, a previsão é de configuração do La Niña com intensidade fraca e curta duração, entre a primavera e o início do verão. “Alguns modelos climáticos indicam uma diminuição da probabilidade de formação, intensidade e duração do fenômeno”, explica.  A ocorrência do La Niña implica alterações na circulação geral da atmosfera, com efeitos como chuvas intensas e volumosas no Norte e Nordeste do Brasil e tempo seco e quente na região Sul do país.


Inverno de 2024

No inverno de 2024, a chuva sobrou em boa parte do estado (em tons de verde, azul e rosa), como mostra o mapa da Figura 1. Nos meses de junho e julho a precipitação ocorreu de forma mais frequente, associada a temporais localizados, com ventania e granizo. Nos dias 16 a 18/06 o total de chuva chegou a 400 mm em Praia Grande com inúmeros estragos e transtornos, por isso a anomalia mais significativa foi observada no Litoral Sul (Figura 1). Agosto foi o mês mais seco do inverno, com chuva abaixo da média climatológica e períodos mais prolongados sem precipitação na maioria das regiões.

Em relação à temperatura, as massas de ar frio chegaram com frequência a partir do fim de junho, com episódios de frio, entre 1 e 5 dias em média, e geada mais concentrada nas áreas altas do Extremo Oeste aos Planaltos, especialmente no Planalto Sul. Mas o ar polar foi intercalado por períodos mais aquecidos, como foi previsto, com dias de sobra de calor fora de época. 

A temperatura mais baixa deste inverno, de -7,2°C (negativos), foi registrada em Urupema, no dia 30/06, e a mais alta do inverno, até o momento, foi 37,74 °C em Criciúma, no dia 11/09. A neve e a chuva congelada, que sempre marcam presença no inverno catarinense, neste ano ocorreram em agosto, nas áreas altas do Planalto Sul (Lages, Bom Jardim da Serra, São Joaquim, Urupema e Urubici) em dois eventos, na noite do dia 09/08 e madrugada do dia 10/09, e tarde/noite do dia 24/08 e madrugada do dia 25/08. 

Os nevoeiros marítimos foram frequentes nos últimos meses, no Litoral de SC, devido ao predomínio de massas de ar quente. Em agosto, a fumaça e fuligem vindas de outras regiões do Brasil e países vizinhos foram responsáveis por névoa seca, com redução de visibilidade, poluição e até registro de chuva preta em SC.

De acordo com Laura, o inverno de 2024 pode ser considerado até mais frio em relação a 2023. “Apesar dos dias com temperatura bem elevada, este ano ocorreram mais episódios de neve e mais eventos com geada ampla no estado, além de ondas de frio permanecendo em período mais prolongado, entre 1 a 5 dias em média”, lembra a meteorologista.

Mais informações e entrevistas:


Gilsânia Cruz e Laura Rodrigues, meteorologistas da Epagri/Ciram, fone (48) 36654-5008


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