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Utilização da capela mortuária gera muitas discussões em Otacílio Costa
Nas últimas semanas, a utilização da Capela Mortuária de Otacílio Costa vem sendo motivo de muitas reclamações. O assunto, inclusive, já virou por duas vezes consecutivas, tema de discussão na Câmara de Vereadores.
Nesta semana a funcionária pública, Vera Lúcia Coelho, procurou nossa redação para denunciar a empresa responsável pela capela. A mulher alega que os responsáveis pela capela se recusaram a fornecer o espaço para que à sua família pudesse velar o corpo seu pai, Lorival Coelho de Souza, na sexta-feira, 19. “Nós contratamos uma funerária que não era a proprietária da capela. Por esse motivo a funerária responsável pelo espaço se recusava a entregar as chaves do local”, comentou Vera Lúcia, informando que a família ficou aguardando por cerca de uma hora e meia para que o seu pai pudesse definitivamente ser velado. “Foi muito ruim o que aconteceu, se não bastasse o nosso sofrimento pela perda do meu pai, ainda passamos por todo esse constrangimento, foi uma verdadeira falta de respeito”, lamentou.
Ela conta ainda, que a funerária responsável pelo local chegou até a capela escoltada pela Polícia Militar. “Meu marido discutiu com eles por que não queriam entregar as chaves da capela, mas foi uma discussão normal. Eles alegaram que meu marido estava armado, mas quem é que vai armado para um velório? Realmente eles não queriam entregar as chaves, se eles têm rixa com a concorrência às pessoas não tem culpa disso, a prefeitura possui um convênio com a capela, para que todos possam utilizá-la”, desabafou a mulher.
Vera resume que o problema somente foi resolvido após a intervenção do secretário de administração, Edson Pasold, que entrou pela janela e abriu as portas do local. “Se não fosse o Edson assumir a responsabilidade e tomar as providências, eles não iriam entregar as chaves. Se fosse preciso pagar para velar nosso pai, nós iríamos pagar, mas eles não queriam mesmo era entregar as chaves”, explanou.
A mulher adianta que entrará com um processo contra a funerária responsável pela capela, devido ao constrangimento que sua família passou. “Não queremos dinheiro, só queremos processar pelo constrangimento pelo que passamos, queremos mostrar para eles que não somos bobos”, concluiu.
Lei municipal concede o uso gratuito da capela
Conforme o secretário de administração, Edson Pasold, a lei municipal Nº 1640/ 06, concede à todos os otacilienses sem distinção de classe social e orientação religiosa, o uso gratuito da Capela Mortuária, para velar os seus mortos. De acordo com a lei, a capela está sob administração da empresa Zenaide Maria Silveira Lopes (Funerária São José).
O artigo 3°, no entanto, autoriza a Prefeitura a repassar mensalmente à empresa o subsídio de R$ 1 mil, para que seja viabilizado o atendimento gratuito à comunidade.
Segundo o secretário, o que a empresa pode cobrar, são os aluguéis da cozinha e dos espaços de descanso, caso a família pretenda utilizar. “A lei não aborda o valor que a empresa poderá cobrar por esse serviço, infelizmente neste tópico não podemos interferir”, esclareceu Pasold.
Quanto ao episódio ocorrido na última semana, o secretário caracteriza como lamentável. “Eu liguei para o seu Valderi para pedir para ele abrir a capela, por que segundo a família ninguém queria abrir. Ele prontamente disse que iria abrir. Então eu liguei para a família dizendo para eles irem até a funerária buscar a chave da capela por que não teria problema nenhum”, disse, argumentando que infelizmente o problema não foi resolvido. “A família me ligou novamente dizendo que a funerária informou que a chave estava em Lages. Então eu fui pessoalmente falar com o seu Valderi, e ele me informou que não tinha as chaves porque tinha alugado a capela. Então eu fui até a capela e dei um jeito de abrir, não foi preciso arrombar, mas se fosse preciso eu iria arrombar por que tínhamos conhecimento da lei, então o problema foi resolvido e a família pode velar o seu ente querido”, esclareceu o secretário.
Chamamento Público ou licitação devem resolver a situação
Pasold comenta que ainda nesta semana uma reunião com os proprietários das funerárias que prestam serviços no município deve ser feita para tentar resolver o problema da capela.
Ele comenta que defende um chamamento público para as empresas, pois em sua opinião quanto mais funerárias melhor para a população. “É um momento de dor, mas é um momento que as pessoas também passam por dificuldades, tendo que buscar por um preço melhor” observou, dizendo que caso seja feito o chamamento, as empresas terão que se enquadrar em alguns requisitos, como por exemplo, dispor de escritório no município, possuir sua própria capela, entre outros pontos. “Quem vai decidir se será feito um chamamento público ou uma licitação é o prefeito. Mas em minha opinião particular devemos fazer um chamamento público”, explanou Pasold, adiantando ainda que enquanto esse processo não for feito a capela ficará disponível para toda a comunidade, independente da funerária que prestar o serviço.
Pasold admite que Otacílio Costa ainda não possui uma capela que seja de posse do município, por isso, a construção de uma capela seria uma alternativa para resolver a situação. “Essa seria uma alternativa, vamos ver se conseguimos um acordo entre os empresários, e analisar o que é mais viável para o município”, declarou Edson.
Funcionário da Capela diz que episódio foi um mal entendido
Procuramos o escritório da Funerária São José, responsável pela administração da capela mortuária. Porém, não obtivemos contanto com o atual proprietário, pois reside em Lages.
No entanto, um funcionário que não teve a identidade revelada, diz que não era ele quem estava de serviço no dia do desentendimento, mas ficou sabendo como tudo aconteceu. “Como o proprietário da funerária reside em Lages, sempre temos que ligar para ele anunciando a entrega da chave da capela. O funcionário então disse ao proprietário da funerária que requisitou a chave, que iria ligar primeiro para o Aurio responsável pela capela, para avisar que iria entregar a chave, dentro deste período o homem sumiu”, contou o funcionário.
Dizendo que o proprietário da outra funerária que pediu a chave, foi até a família e disse que o funcionário não queria lhe entregar a chave, fator que teria ocasionado o mal entendido. “Depois o rapaz foi até a capela e abriu normalmente, mas foi com a Polícia”, disse.
O funcionário analisa que o contrato com a prefeitura se estende até o final deste ano. “Depois deste período, não sei como vai ficar. Meu chefe disse que entrará em contato com a prefeitura para rever a situação. Não sabemos quem foi, mas trocaram as fechaduras da capela sem nos avisar”, concluiu.
Vereadores estão indignados com a situação
A capela mortuária tem virado tema de discussão nas sessões da Câmara de Vereadores. Na sessão do último dia 15, o vereador Luis Carlos Barbosa pediu uma cópia da lei que regulamenta o uso da capela. Indignado ele comentou que a empresa responsável pelo espaço, cobrou de uma família em uma oportunidade o valor de R$ 500 pelo uso da estrutura.
Já o vereador Vanderlei de Liz, o “Irmão”, também bastante indignado, disse que é um absurdo o que está acontecendo. Ele solicitou que seja marcado uma reunião com a administração municipal, vereadores e proprietários das funerárias que prestam serviços no município para que seja esclarecida a situação. “Se a capela não está sendo útil à comunidade, se ela só atende quem ela quer, o convênio tem que se rompido, ou ela fechar”, disparou o vereador.
O presidente da Casa de Leis, Leonir Ribeiro da Silva, disse que irá marcar uma reunião, respeitando o pedido do vereador Vanderlei, para que o problema possa ser resolvido. “O que está acontecendo é um desrespeito com as famílias otacilienses”, analisou Leonir.
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