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Otacilienses estão descontes com a central de atendimento do disque denúncia
Há algum tempo à forma de atendimento da central do disque denúncia da Polícia Militar em Otacílio Costa, tem gerado descontentamento por parte da população local. Atualmente as chamadas para o 190 caem na central de atendimento, localizada na cidade de Lages. Para se fazer uma denúncia, a pessoa precisa fornecer seus dados pessoais, local da reclamação, além de um ponto de referência. Isso atrasa o atendimento da ocorrência, favorecendo os bandidos que podem se evadir com tranquilidade.
Para o otaciliense João Martins Costa, 36, que mora às margens da SC-114, todo este procedimento poderia ser resumido, o que facilitaria o trabalho da PM. “Um dia eu estava vindo trabalhar, me deparei com um veículo Monza fazendo zigue-zague na pista, provavelmente o condutor estava embriagado. Então liguei para o 190, a ligação caiu na central de Lages, até a moça pegar todos os meus dados, o cara já havia sumido do local”, contou. Para ele, se o quartel de Otacílio Costa possuísse uma central própria os trabalhos facilitariam muito mais.
O morador do bairro Fátima, Alcione Valente, 42, é mais um dos que não estão satisfeitos com a central de atendimento do disque denúncia. “Esses dias um carro bateu em uma menina, ligamos para o 190, o que posso dizer é que o Corpo de Bombeiros chegou e saiu com acidentada, enquanto que a polícia ainda não havia chegado. Ligamos novamente e a polícia demorou 50 minutos para chegar, neste intervalo, o motorista envolvido no acidente fugiu”, relatou. Na opinião dele o quartel deveria ter uma pessoa disponível para atender as ligações, e já no momento passar a ocorrência às viaturas. “Creio que essa mudança, melhoraria em 80 % o atendimento da polícia. Da forma como está, a situação está precária”, avaliou.
Prefeitura diz que município comporta uma central de atendimento
O secretário de administração, Edson Pasold, avalia que se o município tem capacidade de comportar um batalhão de polícia no comando da região, que em breve também receberá uma central de monitoramento das câmeras de vigilância que devem ser instaladas no município através do Projeto Bem-Te-Vi, comporta plenamente uma central de atendimento do disque denúncia. “Vamos supor que você esteja sendo assaltado em sua residência, no entanto liga para o 190. A ligação vai cair em Lages, você tem que falar baixo, o que já dificulta a comunicação. Daí você tem dar todos os seus dados completos, endereço, ponto de referência, enfim, muito argumento para quem está do outro lado, neste período o bandido pode acabar te descobrindo”, analisou Pasold.
Ele avalia que quando liga no telefone do quartel de Otacílio Costa, e se dá uma referência, os policiais já sabem onde se encontra o problema. “O tempo de resposta entre Lages e Otacílio Costa não tem comparação. E esse tempo pode levar uma vida. Aí eu pergunto, essa é a descentralização do governo do estado? A PM do estado possui uma política e o governo outra?”, questionou, continuando ainda: “Não vivemos em um município de insegurança. Graças a Deus vivemos em município com segurança, os nossos índices são muitos bons. Mas, é isso que queremos, cada vez mais melhorar o índice de qualidade de vida da população”, comentou o secretário.
Na opinião do secretário com centralização do disque denúncia no município, o atendimento melhoraria em 100 %. “Se nós temos um quartel que comanda os outros municípios, por que o nosso quartel não pode ficar com uma central de denúncia? Temos um major, temos um bom efetivo. Entretanto, cada vez queremos melhorar o atendimento. Por isso estamos lutando para que Otacílio Costa tenha a sua própria central de atendimento. O tempo de resposta é fundamental para que se tenha uma boa ação”, concluiu Edson.
O vice-presidente do Sindicato da Indústria e do Papel de Otacílio Costa – SINPOC, Dirlei Kaiser, destaca que o problema não é o atendimento da Polícia Militar e sim o dique denúncia. Ele analisa que quando se liga para o disque denúncia, precisa-se de um atendimento imediato, mas em sua opinião isso não acontecendo. “Um dia tinha um pessoal brigando em frente da minha casa. Liguei para o 190, para transferir a ocorrência para Otacílio Costa, mas como o processo é muito demorado, antes de eu desligar o telefone, as pessoas já haviam parado de brigar e ido embora”, comentou. Para ele o que poderia ser feito em um primeiro momento, para melhorar o atendimento, era a PM fornecer um número que a ligação caia diretamente no quartel de Otacílio Costa. Ele cita ainda e parabeniza o trabalho do Corpo de Bombeiros. “As ocorrências para o Corpo de Bombeiros caem diretamente no quartel de Otacílio Costa. Quando solicitados, dentro de cinco minutos eles estão no local”, enfatizou Kaiser.
Por outro lado, parte da população desconhece, porém a Polícia Civil de Otacílio Costa, possui um número para denúncias, próprio para a delegacia do município. O delegado Raphael Barbosa informa que o número indicado é o 197, ou o celular 49 99921998, que é contato da equipe de plantão. “Esses dois números são exclusivos da Polícia Civil de Otacílio Costa. Já o 181, é o número da central de investigação do estado”, informou Barboza.
Major Comiotto diz que central no quartel de Otacílio Costa é inviável
Para o comandante do 6º Batalhão da Polícia Militar, major Luciano Francisco Comiotto, não é viável montar uma central de atendimento ao disque denúncia no quartel de Otacílio Costa. “No mínimo iríamos perder três policiais somente para atender ao telefone. Então são três policiais a menos que estão na rua para atender”, avaliou o major. Porém, ele adianta que para a central de monitoramento das câmeras de segurança, que devem ser instaladas nos próximos meses, a equipe já está devidamente formada. “Temos quatro agentes temporários e mais três policiais da reserva aguardando a montagem do monitoramento, eles farão apenas o monitoramento das câmeras”, ponderou.
Comiotto informa que todos os telefones do quartel da polícia podem ser encontrados no site, www.telefones.sc.gov.br, sendo que o do quartel da PM de Otacílio Costa é 3289 8219. No entanto o major avalia que em casos de denúncia as pessoas devem mesmo assim recorrer ao número 190. “A central de atendimento do 190 é bastante eficaz, várias pessoas fazem o atendimento. Quando a pessoa recebe a ligação, ela passa para o despachante que tem a obrigação de acionar a guarnição de determinado município para atender a ocorrência. Dependendo da demanda de ocorrências as vezes demora um pouco para despachar”, explicou.
Ele informa ainda que o despachante leva em consideração a gravidade da ocorrência. “Por exemplo, houve uma ocorrência de perturbação do sossego e outra de um assalto à mão armada. O despachante vai acionar a guarnição para atender a ocorrência mais grave, que é o assalto à mão armada e vai deixar a de perturbação em segundo plano, por isso às vezes existe a demora no atendimento”, concluiu Luciano.
Atualmente a central de atendimento do disque denúncia localizada em Lages, atende a todos municípios da AMURES, com exceção de Bom Retiro, Urubici e Alfredo Wagner. Nestes municípios, segundo Comiotto, não funciona o atendimento por falta de assistência técnica.
As denúncias também podem ser feitas pelo site www.pm.sc.gov.br
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