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Aposentado incrementa renda com venda de doces

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Foi então que há nove anos, despertou em Luiz um dom que nem ele mesmo sabia que tinha: Fazer doces.

São quase 14h30min. Enquanto a maioria dos otacilienses já almoçou, o vendedor de doces Luiz Subtil de Oliveira, 60 anos, ainda está chegando em casa para a refeição mais importante do dia. No entanto, a jornada diária dele ainda não terminou. Após circular em várias partes da cidade com a sua maleta de doces, é hora de preparar as guloseimas para vender no outro dia.

Natural da localidade de Farinha Seca, divisa entre os municípios de Correia Pinto e Palmeira, há aproximadamente 40 anos Luiz fixou residência em Otacílio Costa. O homem passou a maior parte de sua vida trabalhando na roça, até que chegou o momento de se aposentar. Era para ser uma fase de descanso e tranquilidade, mas não foi bem assim. Com o salário mínimo da aposentadoria, Luiz não conseguiria dar conta das despesas, principalmente de comprar os remédios para ele e a esposa.

Foi então que há nove anos, despertou em Luiz um dom que nem ele mesmo sabia que tinha: Fazer doces. O sucesso foi tanto que hoje ele chega a vender em média 300 guloseimas por semana, com destaque para o amendoim torrado coberto com açúcar, que ele vende em média 40 unidades por dia. Entre as variedades produzidas estão três variedades de amendoim e cocadas.

Luiz segue todo um ritual na preparação dos doces. A higiene é crucial para ele, mas a dedicação com amor e carinho são os ingredientes principais de acordo com o doceiro. Ele jura que aprendeu a fabricar os doces sozinho e nunca leu um livro de receitas. "Me vinha uma ideia na cabeça e eu testava. Coloquei a mão na massa, e os doces foram saindo", pontua ele.

Há cinco anos um problema de circulação no sangue comprometeu a saúde do aposentado. Ele foi submetido a uma cirurgia cardíaca de risco e precisou amputar uma parte do pé. Com o dinheiro que ganha na venda dos doces ele paga um empréstimo que fez para realizar a cirurgia e os remédios, que não são nada baratos, além da prestação da casa onde mora.

 A muleta é a companheira fiel do otaciliense. Hoje, o problema de saúde dificulta a rotina de Luiz, mas ele é um guerreiro que não se entrega fácil.  "Na verdade, eu não poderia estar andando muito, mas se eu ficar em casa é pior. A maleta de doces possui rodinhas, então fica fácil de transportar. Quando preciso subir no ônibus, o cobrador me auxilia, pois não posso erguer peso. Se não fossem os doces não sei o que seria de mim", concluiu.

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