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Otacílio Costa, 41 anos de emancipação

Nossa história é bem mais antiga

A emancipação político-administrativa de Otacílio Costa completou 41 anos neste 10 de maio de 2023. A história do município, porém, é muito mais antiga, porque está inserida no contexto cultural, social e econômico de Lages, que tem seu marco inicial no ano de 1766, com a chegada de seu fundador, o bandeirante Antonio Correia Pinto.  Até 20 anos após, nenhum homem branco havia chegado em Lages a partir de Florianópolis e atravessando a Serra Geral, uma fortaleza natural de rocha e mata virgem praticamente intransponível. O trajeto estava em região selvagem, infestada de animais ferozes e habitada por milhares de arredios índios Xoklengs e Kaigangs (chamados de bugres).

O capitão português Antônio José da Costa aceitou o desafio de enfrentar aquela ´fortaleza´, numa viagem iniciada em janeiro e concluída em agosto de 1787, para abrir o primeiro caminho ligando Florianópolis a Lages através da Serra Geral. Aquele ´carreiro´ se transformaria, 200 anos depois, no trecho catarinense totalmente asfaltado da BR-282.

OS HERÓICOS TROPEIROS

Nos seus primeiros 150 anos, a economia de Lages se limitava à pecuária. Seus desbravadores eram tropeiros, que nos séculos XVIII e XIX abriram trilhas em matas, grotões, campos e serras, numa atividade importante para a subsistência de milhares de famílias e para o comércio entre várias regiões. O mesmo ocorreu na região onde se situa Otacílio Costa, em que os primeiros tropeiros enfrentaram índios e animais ferozes em viagens de até 40 dias por caminhos precários para levar charque e tropas de gado para São José e Florianópolis, no litoral, e para municípios que hoje margeiam a BR-470, como Rio do Sul e Blumenau. Na volta, traziam farinha de mandioca, trigo, arroz, sal, açúcar, café e frutas.

OS MAIS ANTIGOS TROPEIROS

O mais antigo tropeiro conhecido de Otacílio Costa foi Manoel Francisco Pereira, que nas suas viagens, nas primeiras décadas do século passado, usava uma tropa de 17 mulas. Na mesma época, o desbravador português Manoel Bernardo, bisavô do Sr. Auro de Souza Costa, conhecido como Martim Gervásio, se estabeleceu inicialmente em Índios, antes de adquirir 100 milhões de terra na região de Otacílio Costa. Foi ele quem trouxe do Rio Grande do Sul as primeiras tropas de cavalos e mulas da região e abriu as estradas do Fundo do Campo e do Campo Chato. Manoel Bernardo era parente do fazendeiro e político lageano cujo nome designa hoje o Município de Otacílio Costa.

Outro valente tropeiro foi o ´Seu Rosa´, apelido de Alfredo José Batista, nascido em 1918, no Cadeado, e falecido em Otacílio Costa, em 2017. Ele fez muitas viagens para Gaspar, Blumenau e Joinville, conduzindo bois e porcos, reunidos por fazendeiros da região, a partir das margens do rio Pelotas. O trajeto, então, era apenas um carreiro que, depois de Lages, passava pelas localidades de Índios, Cerro Alto, Palmeira e Otacílio Costa antes da descida da ´Serra do Serril´.

A FÁBRICA DE PAPEL E O CAMINHONEIRO

A partir dos anos 50 do século passado, o tropeirismo foi perdendo espaço para a indústria madeireira, que cresceu, primeiro com as exportações para a reconstrução da Europa, destruída durante a Segunda Guerra Mundial e, depois, com a construção de Brasília. A exploração da araucária teve seu auge em meados da década de 50, quando Lages chegou a ser o município com a maior arrecadação de Santa Catarina.

Neste contexto, em 1951, nas margens do rio Canoas e em área então vinculada ao distrito de Palmeira, começou a ser construída uma filial Fábrica de Papel Itajaí, que entrou em operação em 1956, adquirida logo depois pela Olin-Mathinsson (Olinkraft), depois pela Manville e, agora, pela Klabin. E aí surgiu a figura do valente caminhoneiro, responsável pelo transporte das toras para serrarias e para a fábrica de papel e celulose. Naquele período, as toras eram apenas de araucária, e a partir de 1960 e até 1990 foi feita a transição para os reflorestamentos de pinus e eucalipto, simultaneamente à entrada de Otacílio Costa na exploração agrícola em larga escala, especialmente com o plantio de soja, milho e abóbora.

 

OS ANTECEDENTES DA EMANCIPAÇÃO

Na década de 20 do século passado, a área atual da sede municipal de Otacílio Costa era conhecida como ´Casa Branca´, pelo fato de que só existia uma casa e a bodega do Sr. Lauro Araújo, pintadas na cor branca, no terreno da família Deboite, no mesmo local onde está hoje o prédio da Prefeitura.  Mais tarde, a área passou a ser conhecida como ´Encruzilhada´ ou ´Encruzo de Curitibanos´, porque dali partia uma precária estrada que ia até Curitibanos. Em 13.08.1958, pela Lei Municipal nº 180, Otacílio Costa passou a ser distrito, desmembrando-se de Palmeira. O ato oficial de instalação do distrito ocorreu em 20.09.1959.

FINALMENTE, MUNICÍPIO EM 1982

Pela Lei Estadual nº 6.059, de 10.05.1982, Otacílio Costa conseguiu sua emancipação, desmembrando-se de Lages e abrangendo o então distrito de Palmeira, até a emancipação deste, em 18.07.1995, pela Lei Estadual nº 9.884. Arnoldo Félix Pires foi nomeado Prefeito interino, mas por divergências administrativas com Lages, não houve a efetiva instalação desta administração provisória. A primeira administração de Otacílio Costa, formada por Nelson Melo de Liz (Prefeito) e Osni Francisco de Souza (Vice), foi eleita em 15.11.1982, junto com os primeiros vereadores - Amadeus Boaventura Pereira, Antônio Sílvio Ludwig, Gentil Coelho de Souza, José dos Santos Mello de Liz, Josmedi Eller, Pedro Odelli, Reimundo Cândido de Oliveira, Reni Muniz e Rogério de Jesus Teixeira. A instalação do Município, com a posse dos eleitos, deu-se em 01.02.1983.

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