logo RCN
Imagem principal

Judiciário integra grupo em capacitação para atendimento inclusivo de surdos em Lages

  • Apas -

A comarca de Lages dá um importante passo no que se refere à inclusão social. A Vara da Infância e Juventude terá uma servidora capacitada para se comunicar por meio da Língua Brasileira de Sinais (Libras). Crianças e adolescentes surdos, vítimas ou testemunhas em casos de violência, serão ouvidas em depoimento especial e melhor assistidas durante a entrevista. Além do Judiciário, representantes dos outros órgãos da rede de atendimento a esse público participam da oficina oferecida gratuitamente pela Associação de Pais e Amigos de Surdos (APAS) de Lages, em uma iniciativa inédita.

A ideia de capacitar os agentes do Sistema de Garantias de Direitos da Criança e do Adolescente surgiu da necessidade da comunidade surda que frequenta a associação em acessar os equipamentos, serviços públicos e as instituições privadas de Lages e demais municípios da serra catarinense. Contemplada com recursos do Fundo da Infância e Adolescência (FIA), a APAS disponibilizou 40 vagas para a oficina, que ocorre desde o mês de agosto e encerra em novembro, com o intuito de viabilizar a comunicação entre as pessoas surdas e ouvintes.

Por meio da Libras é proporcionada a inclusão no meio social, a garantia do direito à cidadania e aos demais direitos com qualidade. Assim como a oficiala da infância da comarca de Lages, Ana Emília Vieira dos Santos Melchiors, profissionais como assistente social, psicólogo, enfermeiro, delegado de polícia, conselheira tutelar, auxiliar administrativo e motorista, representantes de diversos órgãos, aprendem no curso um vocabulário específico de acordo com a realidade dos serviços e rotinas de atendimentos. Eles são os responsáveis por acolher, receber denúncias, oferecer orientações e dar encaminhamentos aos casos que envolvem o público infanto-juvenil.

Em sala, três professores compartilham os conhecimentos em atividades práticas, inclusive simulação de atendimento e outras dinâmicas. Eles também gravam em vídeo, e disponibilizam aos participantes, palavras usadas no cotidiano de trabalho para que fiquem armazenadas e possam ser consultadas quando necessário. A psicóloga Helena Cristina da Silva reforça que as atividades são intensas e foram pensadas com a proposta de que os participantes tenham condições, ao final, de conversarem sozinhos com o surdo, seja a criança, adolescente ou um familiar. “Eles serão capazes de receber, acolher, ouvir a necessidade dessa pessoa sem precisar de um intérprete ou de outro mediador da comunicação”.

Justiça mais inclusiva

O juiz Ricardo Alexandre Fiúza, titular da Vara da Infância e Juventude da comarca de Lages, considera fundamental a unidade estar preparada para oferecer acessibilidade. “Com a rede de atendimento preparada, o deficiente auditivo ou surdo poderá denunciar ou contar os fatos sem precisar recorrer a terceira pessoa, sendo facilmente compreendido por todos os que atuam no sistema ou rede de proteção”.

Para a oficial de justiça Ana Emília, a experiência é enriquecedora. Ela já faz planos para o futuro. “Com a oficina, estarei pronta para fazer o primeiro atendimento. Meu desejo é poder colher o depoimento especial sozinha com o surdo. Para isso, vou me aprofundar no estudo da Libras e ter mais fluência”.

Sobre a APAS

A APAS de Lages tem 46 anos e abrange os 18 municípios da região serrana. É uma Organização da Sociedade Civil (OSC) que tem por finalidade promover o acesso à Libras para que o sujeito surdo/deficiente auditivo seja protagonista da sua própria história e possa exercer de fato o direito à cidadania.

Dos 68 surdos atendidos pela associação, 27 são crianças e adolescentes. A Organização oferta serviços e projetos na área educacional e de assistência social, com destaque para Libras infantil; oficina exploratória de Libras; oficina de língua portuguesa; informática educativa; educação física e preparação para o mercado de trabalho.

Além de oferecer oficinas de Libras também para profissionais da APAS, familiares dos alunos, professores das salas de AEE e da rede municipal de ensino de Lages, profissionais da Secretaria Municipal de Saúde de Lages, agentes do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e Adolescente.

A associação disponibiliza, ainda, grupo de apoio psicológico aos familiares, grupo de convivência de pessoas surda ou com deficiência auditiva, serviço de interpretação de Libras, serviço de atendimento à pessoa com deficiência no domicílio e o projeto em parceria com a ADEVIPS denominado “O mundo é das diferenças: inclusão de crianças e adolescentes com deficiência auditiva e visual”.

Taina Borges – NCI/TJSC – Serra e Meio-Oeste

Iniciado o recapeamento parcial da SC 114, trecho entre Otacílio Costa a BR 470 Anterior

Iniciado o recapeamento parcial da SC 114, trecho entre Otacílio Costa a BR 470

Luís Inácio Lula da Silva (PT) será novo presidente da República depois de 12 anos Próximo

Luís Inácio Lula da Silva (PT) será novo presidente da República depois de 12 anos

Deixe seu comentário