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Amiazde Social é tema da campanha da fraternidade neste ano


A quarta-feira de cinzas é o dia em que se inicia o tempo da Quaresma, e com ela a Campanha da Fraternidade, vivenciada pela Igreja no Brasil há 60 anos.
Assim, o bispo Diocesano, Dom Guilherme Antonio Werlang, OFM, e o coordenador Diocesano de Pastoral, Padre Álvaro Emanuel Silva, receberam a imprensa nesta quarta-feira de cinzas, 14 de fevereiro na Cúria Diocesana, para uma entrevista coletiva a fim de marcar o início desse tempo tão importante para os católicos.
Neste ano, a Campanha da Fraternidade, com o tema Fraternidade e Amizade Social, e o lema “Vós sois todos irmãos e irmãs”,(cf. Mt 23,8), traz consigo “o convite a um amor que ultrapassa barreiras da geografia e do espaço” (FT, n.1), e nos incita à comunhão e à solidariedade, mostrando que a conversão passa pela experiência da humildade, da aceitação do outro e da alegria do encontro que vem da ressurreição.
Dom Guilherme ressaltou a importância da vivência da Campanha da Fraternidade: O objetivo desta Campanha é “despertar para o valor e a beleza da fraternidade humana, promovendo e fortalecendo os vínculos da amizade social, para que em Jesus Cristo, a paz seja realidade entre todas as pessoas e povos”.
“A amizade social, concebida, refletida e praticada historicamente em diferentes níveis da vida em sociedade é, antes de tudo, um chamado à valorização do direito à vida, ao direito ao seu desenvolvimento integral, sobrepondo-se ao individualismo utilitarista”, destacou Dom Guuilherme. Desde a antiguidade a amizade já era concebida como ponte para todas as relações humanas pessoais, familiares, políticas e espirituais.
A Amizade social é uma fraternidade aberta, que permite valorizar e amar todas as pessoas, independente de sua proximidade física. A amizade social é um amor desejoso de abraçar a todos, é comunicar com a vida o amor de Deus, recusando impor doutrinas por meio de uma guerra dialética. Amizade social é viver livre de todo desejo de domínio de uns sobre os outros, que se estende para além das fronteiras, para todo o ser vivo”, explicou Dom Guilherme. E continuou: Nas últimas décadas, não só no Brasil, mas no mundo, vivemos uma polarização- com todas as guerras e ódio disseminado. Se passar na rua, aqui em Lages, tenta cumprimentar uma pessoa, dar um bom dia um boa tarde: as pessoas vão se assustar. A outra pessoa, passa a ser uma ameaça para nós... Nós como cristãos, nós que amamos a Deus, precisamos a ver o outro como um irmão, uma irmã. Precisamos nessa quaresma, ter a capacidade de ser verdadeiramente amigo de quem tem totalmente outra posição. É preciso nessa quaresma, nos convertermos e sair dos radicalismos e fanatismos, que tornam as pessoas cegas”, ressaltou Dom Guilherme. “Nós precisamos sair de nós mesmos e irmos ao encontro do outro. Às vezes somos amigos de quem mora na Indonésia, pela internet, mas não somos capazes de atravessar um corredor e conhecer o vizinho que mora no mesmo prédio. Precisamos repensar e ver que muitas vezes a tecnologia prejudica as relações familiares e de amizade”, finalizou o bispo.
O coordenador diocesano de Pastoral, padre Álvaro Emanoel ressaltou a importância da Quaresma nesse tempo de preparação para a Páscoa, que é a nossa grande festa. “Quaresma é um tempo de conversão, de renovação, de vida nova que celebramos na Páscoa. Há 60 anos a Igreja no Brasil propõe um caminho de conversão, e essa conversão não é só pessoal, para cada um de nós, ela é comunitária, porque como Igreja somos comunidade, e a Campanha da Fraternidade surge como uma opção de conversão. O que precisamos converter? Precisamos converter nosso olhar, a nossa vida, para nos abrirmos aos nossos irmãos e irmãs. Aquele que pensa diferente de mim, tem uma ideia política diferente, torce para um time diferente, tem uma religião diferente, não é inimigo, ele é irmão. Esse é o grande passo de conversão que precisamos e queremos dar nessa quaresma” destacou.

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