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Nas entrelinhas da história, são elas que mudam o seu mundo

Coluna publicada no jornal impresso no dia 13/03/2025

O que faz uma mulher ser revolucionária? Ser a primeira em algo? Enfrentar desafios gigantescos? Talvez. Mas a verdade é que mudar o mundo nem sempre significa estampar capas de jornais. Às vezes, é sobre mudar a própria história – e, no caminho, transformar a de todos ao redor.

Marie Curie não pediu permissão para ser cientista. Em um tempo em que laboratórios eram redutos masculinos, ela estudou, pesquisou, descobriu e conquistou dois Prêmios Nobel – sendo a primeira mulher a alcançar tal feito. Mas sua maior revolução não foi o prêmio. Foi abrir caminho para que outras mulheres pudessem seguir seus passos, sem precisar justificar sua presença.

Rosa Parks não fez discursos inflamados ou liderou passeatas. Apenas sentou e disse "não". Em um ônibus lotado, se recusou a ceder seu lugar para um homem branco, desafiando as leis racistas dos Estados Unidos. Foi presa, mas seu ato virou um símbolo da luta pelos direitos civis e mudou a história do país.

No Brasil, Bertha Lutz também sabia que o silêncio não mudaria nada. Enquanto a sociedade insistia que política não era lugar de mulher, ela organizou campanhas, debates e mobilizações para garantir o direito ao voto feminino. Hoje, pode parecer óbvio que mulheres votem e sejam votadas. Mas, sem a luta de Bertha, talvez essa realidade ainda fosse um sonho distante.

E Ada Lovelace? No século XIX, quando mulheres mal podiam frequentar universidades, ela enxergou o futuro. Criou o primeiro algoritmo da história e ajudou a lançar as bases da computação moderna. Hoje, bilhões de dispositivos, inclusive seu computador ou celular, carregam a essência do seu trabalho, provando que a genialidade não tem gênero.

Essas mulheres desafiaram tempos, regras e expectativas. Mas não são as únicas. Todos os dias, milhões de mulheres mudam o mundo. E a maior parte delas nem percebe.

A mãe solteira que desafia estatísticas para criar um filho sozinha. A empreendedora que fura um mercado dominado por homens. A professora que vê potencial onde ninguém mais enxerga. A menina que diz “não” a um relacionamento que não quer. A trabalhadora que enfrenta jornadas duplas e, além disso, precisa provar que é tão competente quanto qualquer homem, precisa provar que é competente na família. A mulher que decide que não precisa ser perfeita, só precisa ser livre.

Não, a revolução não é só sobre grandes feitos. Às vezes, está na decisão de simplesmente existir do seu próprio jeito, mesmo quando o mundo insiste em ditar como deve ser.

Oito de março não é sobre rosas e promoções em lojas de cosméticos. É sobre lembrar que cada conquista das mulheres de hoje foi luta de outras no passado. E que ainda há batalhas a serem vencidas.

Talvez, no futuro, alguém olhe para trás e veja o seu nome entre aquelas que fizeram a diferença. Talvez sua luta de hoje se torne o caminho aberto para outras que virão. Talvez mudar o mundo não seja sobre estar nos livros de história, mas sobre garantir que a próxima geração não precise lutar pelas mesmas coisas. E nisso, a mulher é especialista.

Afinal, de que vale uma vitória, se ela não deixa pegadas para que outras possam caminhar?


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