Proporcionar qualidade de vida, integração, tempo de qualidade e saúde. É com estes objetivos que o programa 'Saúde em Movimento', idealizado e realizado pela Secretaria Municipal de Saúde, através das UBS's e das Agentes Comunitárias, está promovendo, semanalmente, grupos de caminhada nos bairros da cidade.

Atualmente são três grupos ativos, que funcionam nos bairros Santa Catarina (Terças e quintas), Igaras (Segundas e quartas) e Fátima (sextas), coordenados pelo professor Cláudio Silva, 58 anos. Conforme o professor, os grupos se tornaram muito mais do que apenas espaços de atividades físicas. "Aqui está o pessoal contribuiu para o desenvolvimento do nosso município e muitos deles, hoje, são desprezados pela sociedade. A gente vê que esse trabalho que a gente desenvolve aqui é uma autoestima. Eles são tão capazes de efetuar atividades físicas quanto quaisquer outros", argumenta. Segundo Cláudio, os benefícios  vão muito além da melhoria na saúde física dos participantes.

"Tem gente que teve depressão, AVC, que retornou e hoje está com as atividades normais, então esse é o nosso objetivo. De ter esse entrosamento, esse cotidiano deles. A gente vê melhora na hora que usamos a caminhada. Muitos deles vão em grupo, conversando, isso que importa: sair desse estresse do dia a dia", explica.

Alisson Magalhães / CO/O grupo realiza sessões de alongamento antes e depois do percurso.

Autoestima ajuda na recuperação

Uma das 27 participantes, dona Maria Marlene Nascimento Amarante, 66 anos, é um dos exemplos dos benefícios que o programa proporciona. Participante do grupo há dois anos, ela viu, nas atividades e nas amizades que desenvolveu, um apoio para superar a depressão. "Tive muitos problemas. Fui convidada por minhas amigas, comecei a participar e melhorei 100%. É muito incentivo", relata, salientando que mantém o tratamento contra a depressão, mas não teve  mais episódios desde que acompanha as atividades.

Outra veterana do grupo, dona Native de Souza, 71 anos, que participa desde o início do grupo, chamou a atenção para a qualidade de vida que ela alcançou através do contato com os outros participantes. "Isso aqui é vida para gente. Teve gente aqui que estava depressiva, e com a participação, melhorou 100%. Para mim, foi ótimo. Melhorou no corpo, a gente se sente mais livre, e na mente, que fica mais forte também", descrever. Para ela, o mais importante é a amizade e a integração. "A gente melhora muito devido às conversas e do contato que a gente tem. A gente conhece todo mundo, mas no dia a dia a gente não está junto, e nessas duas horas aqui a nos entrosamos, conversamos, dividimos os problemas e é excelente. Quem não vem tá perdendo, e deve vir porque vai gostar. Eu mesma fiquei 'louca de faceira' quando o grupo retornou", contou, aos risos.

Para o professor Cláudio, de fato o vínculo é um dos principais ativos do programa, que impacta diretamente na saúde emocional, impulsionando outros fatores importantes para melhora na saúde geral dos participantes. "A gente percebe isso nos grupos. A gente leva o pessoal a participar com duas ou três pessoas, nos grupos, para ter esse intercâmbio social e isso faz eles saírem da rotina. Muito deles são idosos, já aposentados, e iriam ficar na frente da televisão, de um fogão, sem fazer nada, então a gente percebe claramente a melhora", atesta.

Alisson Magalhães / CO/

Atividades

Além da caminhada, os grupos também realizam alongamento no início e na chegada do trajeto, além de um momento de agradecimento e uma oração. O grupo do bairro Santa Catarina, por exemplo, percorre cerca de 5 km, saindo da praça Ehrhardt Wolniewicz, ao lado da igreja matriz, caminhando até o quartel do Corpo de Bombeiros, de onde retornam para a praça.

Para participar, basta que a pessoa interessada se informe com o respectivo Agente Comunitário de Saúde, se apresentar num dos grupos e preencher a ficha de inscrição, apresentando o número da carteira do SUS. É totalmente gratuito. "Quero agradecer o pessoal da Saúde, o Jean, a Nice, os agentes de saúde, grandes parceiros, divulgando essa iniciativa. Para participar só depende da vontade de cada um", finalizou o professor.

Alisson Magalhães / CO/