A Serra Catarinense é feita de montanhas, de frio, de paisagens que encantam. Mas, mais do que isso, a Serra é feita de gente que trabalha com as mãos e com o coração. De famílias que acordam cedo, enfrentam os desafios do campo e, mesmo diante das dificuldades, continuam acreditando que é possível viver bem aqui.

Nos últimos dias, participei de dois encontros que me encheram de esperança: o Fórum de Produtores Locais, Artesanais, Cultura e Turismo da Região dos Lagos, em Capão Alto, e a reunião do Fórum das Entidades Empresariais, em Lages. Apesar de públicos diferentes, os dois espaços compartilham uma mesma essência: a força que nasce quando pessoas se reúnem para sonhar, planejar e construir em conjunto.

Falar em desenvolvimento da Serra não é falar apenas de grandes obras ou investimentos. É falar também de cooperação, escuta, valorização da produção local e de políticas públicas que respeitem a identidade da nossa gente. É preciso fomentar aquilo que já dá certo e apoiar quem tem coragem de fazer — e fazer com amor.

Nosso povo não precisa de promessas. Precisa de apoio para crescer. E é por isso que acredito profundamente na força do associativismo e do cooperativismo como motores do desenvolvimento da agricultura familiar e da economia serrana. Quando um produtor se junta a outro, quando um projeto é construído por várias mãos, os resultados não se multiplicam apenas nos números — eles se espalham nas comunidades, nas feiras, nas escolas e na autoestima de quem vive aqui.

Em uma época em que tanta gente está cansada da política do “eu”, precisamos fortalecer a política do “nós”. Porque é assim que a Serra vai prosperar: unindo saberes, partilhando experiências, somando talentos e dividindo conquistas.

Hoje, ao olhar nos olhos de quem trabalha pela sua cidade, de quem transforma um produto local em orgulho coletivo, de quem escolheu ficar, mesmo quando o mais fácil seria ir embora, tenho certeza de que estamos no caminho certo. Ainda há muito a ser feito, mas já temos uma base sólida: um povo que acredita na sua terra e que só precisa de oportunidade para crescer com dignidade.

Seguirei trabalhando para que o Estado esteja presente nessas iniciativas. Para que os micro e pequenos produtores não sejam esquecidos. Para que a Serra Catarinense tenha voz e vez. Porque o futuro da nossa região não será construído por quem pensa sozinho. Será liderado por quem sabe caminhar junto.