Alexandre Calixto
Educador físico e Diretor de Esportes do Colégio Visconde de Porto Seguro, em São Paulo
Telas (de computador ou celular), alimentação desequilibrada e sedentarismo. O combo que representa uma grande parte dos jovens em todo o mundo traz ao debate a necessidade de resgatar a prática esportiva durante a adolescência. Sabemos que essa fase da vida é marcada por profundas mudanças físicas, emocionais e sociais. Nesse período, o esporte se revela uma ferramenta poderosa não apenas para a saúde física como também para o desenvolvimento integral dos jovens.
Estudos mostram que adolescentes que se engajam regularmente em atividades físicas apresentam menor risco de doenças crônicas na vida adulta, como obesidade, diabetes e problemas cardiovasculares. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda pelo menos 60 minutos diários de atividade física moderada a vigorosa para jovens de 12 a 17 anos. Esse hábito fortalece ossos e músculos, melhora a capacidade cardiorrespiratória e promove um crescimento saudável.
No entanto, os benefícios do esporte vão muito além da saúde física. A prática esportiva desempenha um papel crucial no desenvolvimento social e emocional dos adolescentes. Ao praticar esportes, os jovens aprendem a importância da disciplina, do trabalho em equipe e da resiliência. Essas habilidades são fundamentais para a vida adulta e para a construção de relações interpessoais saudáveis.
Além disso, o esporte oferece um ambiente no qual os adolescentes podem expressar suas emoções e lidar com o estresse de forma positiva. A prática regular de atividades físicas tem sido associada a menores índices de ansiedade e depressão entre jovens, de acordo com a American Psychological Association (APA). A sensação de conquista ao superar desafios esportivos, como atingir um novo recorde pessoal ou vencer uma competição, contribui para o fortalecimento da autoestima e da confiança, aspectos essenciais para o equilíbrio emocional durante a adolescência.
O esporte também promove a inclusão social. Em um time, não importa a origem social, etnia ou gênero, o que conta é o desempenho, a dedicação e o espírito de equipe. Essa convivência diária com a diversidade ajuda a formar adolescentes mais empáticos, tolerantes e preparados para enfrentar os desafios de uma sociedade plural.
A prática esportiva na adolescência não só contribui para a saúde imediata dos jovens como também planta as sementes de hábitos saudáveis que os acompanharão por toda a vida. Estudos indicam que adolescentes ativos têm maior probabilidade de se manterem fisicamente ativos na vida adulta, reduzindo o risco de doenças e aumentando sua longevidade. Além disso, os valores e habilidades adquiridos por meio do esporte – como persistência, ética e respeito – se tornam alicerces para o sucesso pessoal e profissional.
É principalmente dentro das escolas onde isso deve acontecer. A educação física deve ser vista como um componente essencial para o desenvolvimento integral dos alunos. É necessário incentivar a prática esportiva desde cedo, oferecendo uma variedade de modalidades que atendam às diferentes aptidões e interesses dos jovens. Portanto, ao celebrarmos neste 21 de setembro o Dia do Adolescente, é essencial reconhecermos e valorizarmos o papel do esporte na formação integral dos jovens. Cabe a nós, educadores e responsáveis, garantir que todos os adolescentes tenham acesso a essa prática, contribuindo para a formação de indivíduos mais equilibrados, seguros e preparados para os desafios da vida.
Deixe seu comentário