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Depressão: a relação dos dias frios e da má alimentação no quadro depressivo
Dias frios e má alimentação podem causar depressão.
Transtorno se inicia no outono ou no inverno. Banho de luz ajuda a solucionar o problema.
"Quando eu olho para o céu e não vejo o sol ou quando eu apenas enxergo o cinza, sinto o frio e observo que não há ninguém na rua a tristeza se apodera de mim. Já cheguei a ficar vários dias com mal humor. O Frio mexe negativamente comigo", declarou uma otaciliense que prefere não se identificar.
O relato é de uma mulher perto dos seus 38 anos, que já foi diagnosticada com depressão sazonal. Ela tem sofrido com os efeitos negativos do inverno em sua vida.
Com a chegada da estação gelada, que para muitos é sinônimo de elegância, possibilidade de ver neve no Brasil e conhecer os lugares muito frios da região sul, pode vir também a depressão sazonal ou depressão de inverno.
O psiquiatra Guilherme Oberlaender de Almeida, 36 anos de prática na área, atende na Associação Dos Aposentados, Pensionistas E Idosos De Otacílio Costa - (Aapoc) explica que como no inverno há menos incidência de luz solar isso acaba dificultando a produção de algumas substâncias que evitam que as pessoas fiquem deprimidas. "Em especial as pessoas na região Serrana de Santa Catarina pegam pouco sol e podem acabar desenvolvendo o transtorno de humor sazonal", afirmou.
Depressão de inverno (depressão sazonal de inverno) é uma depressão que se inicia no outono ou inverno e tem como características sintomas depressivos, como ter menos prazer, menos interesse, ficar triste. Podendo a pessoa ter também muito sono, mais apetite e quase uma paixão por carboidratos.
O tratamento envolve desde apanhar luz solar natural, terapia com psicólogo, medicação, terapia de luz, dentre outras. Tudo recomendado por um médico.
A depressão não é uma doença do celebro é do intestino que afeta o cérebro, diz especialista.
O psiquiatra salienta que uma alimentação correta ajuda a evitar o transtorno. Ele afirma que 90% da serotonina, neurotransmissor responsável pela sensação de bem estar, é produzida pelos intestinos e levada para o cérebro. Existem estudos que comprovam a relação entre a falta de serotonina no cérebro e os suicídios. "Das pessoas que passam por meu consultório 70% possuem problemas intestinais como, a prisão de ventre. Temos que tratar a flora intestinal", explica.
Guilherme ressalta que esse é um ponto que tem passado muito desapercebido por profissionais da área. O ideal para combater a depressão é um tratamento multiprofissional - nutricionista, psicólogo, fisioterapeuta, terapia ocupacional.
A nutricionista Jane Gehrke alerta que durante o quadro depressivo as pessoas acabam se alimentando incorretamente e em alguns casos optam somente por alimentos refinados como arroz, pão branco, doces, bolachas o que não ajudam na recuperação.
Ela explica que as vitaminas do complexo B, que não são produzidas em quantidades suficientes pelo corpo humano, são essenciais para o bom funcionamento do organismo. Elas precisam ser consumidas na alimentação, uma vez que, são importantes tanto como uma prevenção contra diversos transtornos, incluindo a depressão, como no processo de recuperação de pacientes depressivos. O complexo B é facilmente encontrado nos alimentos e nas frutas como banana, pinhão (triptofano), carnes, leite, dentre outros.
Pacientes que foram curados deste transtorno podem voltar ao quadro se não houver a ingestão de triptofano. A redução de dopamina também pode gerar a depressão.
A importância do triptofano no combate a depressão
O triptofano é um aminoácido utilizado pelo cérebro e ajuda na produção de serotonina ( neurotransmissor importante no processo bioquímico do sono e do humor)
A nutricionista ressalta que nosso corpo não produz o triptofano e é preciso ingeri-lo por meio de alimentos como, banana, aveia, pinhão, amêndoas, cacau, abacate...
Ele, ao ser ingerido, pode ser levado para o sistema nervoso central (SNC) onde será convertido em serotonina. Diversas pesquisas apontam uma relação entre a importância da serotonina na prevenção e no tratamento da depressão.
Como a serotonina é relacionada ao humor, existe uma relação com os pacientes que sofrem de depressão. Nestes pacientes existe uma diminuição da produção de serotonina no cérebro.
Não existe um único fator que possa influenciar nas baixas concentrações de serotonina. Eles podem ser genéticos, ambientais e até neurobiológicos.
Segundo Jane, existem medidas não farmacológicas que podem aumentar os níveis de serotonina. Exercícios físicos, exposição à luz do dia, ingestão de alimentos ricos em triptofanos e psicoterapia.
Também é importante para o funcionamento dos intestinos, água, assim como a aveia, o inhame, o arroz integral e a linhaça.
Segundo o psiquiatra, alguns fatores listados abaixo podem contribuir para um quadro depressivo grave que pode levar ao suicídio.
A demora em buscar o auxílio profissional - quanto mais cedo melhor. Evita isolamento social, afastamento do trabalho e até o suicídio
Falta de medicamento na rede pública - os medicamentos geralmente na rede pública são amis antigos e às vezes já não faz mais efeito como antes, pessoas com resistência ao medicamento e vão precisar mudar o medicamento.
Alimentação incorreta - a Depressão não é uma doença do celebro é do intestino que afeta o cérebro. Uma alimentação errada priva o organismo de sustâncias que combatem a depressão.
Ele, que atende cerca de 30 pessoas por mês em Otacílio Costa, finaliza com uma palavra de orientação àqueles que estão passando por dias cinzentos. "Nunca perca a esperança na vida. A vida é muito bonita. Aqui é o lugar de resolver as coisas. Lembre-se que existem pessoas que te amam", conclui.
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